Por James Vicini
WASHINGTON (Reuters) – Um ex-funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA) foi preso na quinta-feira sob acusação de revelar ilegalmente informações de defesa nacional sobre o Irão para um repórter do jornal New York Times, que escreveu um livro.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que Jeffrey Sterling, de 43 anos, foi acusado de seis crimes de divulgação não autorizada de informação de defesa nacional e uma acusação de manter informações da defesa nacional ilegalmente, fraude postal, transporte não autorizado de propriedade do governo e obstrução da justiça.
A prisão foi o último caso apresentado pela administração Obama contra atuais ou antigos funcionários públicos norte-americanos pelo vazamento de informações confidenciais à imprensa.
O governo também está investigando o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pelo vazamento de centenas de mensagens confidenciais diplomáticas dos EUA, que se tornaram um embaraço para a Casa Branca.
Sterling, advogado que trabalhou na CIA de 1993 a 2002, foi preso em St. Louis, perto de sua casa.
De 1998 até meados de 2000, ele trabalhou num programa secreto clandestino que conduzia atividades de inteligência sobre as capacidades de armas de alguns países, disse o Departamento de Justiça ao anunciar a acusação contra Sterling.
Uma fonte jurídica familiarizada com o caso disse que um dos países envolvidos seria o Irã.
No mesmo período, Sterling também foi o vínculo operacional de um agente do mesmo programa, de acordo com a acusação.
Em meados de 2000, Sterling reclamou de discriminação racial na CIA e ignorou as decisões da CIA sobre a publicação de suas memórias.
A acusação alega que Sterling, em retaliação à recusa da CIA de resolver em termos favoráveis seu caso de discriminação, divulgou informações sobre o programa.
Segundo a acusação, ele discutiu a informação com o repórter no início de 2003 e, posteriormente, com relação ao livro publicado em janeiro de 2006.
O Departamento de Justiça não identificou o repórter.
Mas as datas e outros detalhes na acusação deixaram claro que envolveu o repórter James Risen, do New York Times, cujo livro de 2006, “State of War” (Estado de Guerra), revelou detalhes sobre as atividades da CIA de inteligência envolvendo o Irão.
Cada acusação prevê uma pena máxima de 10 a 20 anos de prisão.
Fonte: Reuters
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