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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

WikiLeaks Cablegate Portugal Moçambique CGD Financiou Insitec de Guebuza em milhões de dólares na venda de Cahora Bassa

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WikiLeaks Cablegate Qual o papel da CGD no escândalo da venda de Cahora Bassa?

Um telegrama do embaixador dos EUA em Maputo refere que o presidente moçambicano, Armando Guebuza, recebeu uma comissão entre 35 e 50 milhões da venda da Hidroeléctrica de Cahora Bassa. No quadro deste negócio o telegrama refere a entrada da Insitec ligada a Guebuza no capital do BCI-Fomento através da CGD. Bloco questiona o Governo.
Carlos Santos Ferreira, presidente da CGD em 2007 – Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)
Carlos Santos Ferreira, presidente da CGD em 2007 – Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)
 
O jornal francês Le Monde tornou público o conteúdo de um telegrama enviado pelo embaixador dos EUA em Maputo, divulgado pela wikileaks, segundo o qual o presidente moçambicano, Armando Guebuza, terá recebido "entre 35 e 50 milhões de dólares" no processo de venda pelo Estado português da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). A venda concretizou-se em 2007 pelo valor de 528 milhões de dólares, numa operação financiada pelo BPI.
Guebuza terá recebido a comissão através da empresa Insitec, que em 2007 passou a deter 19% do banco BCI-Fomento, antes pertencentes à sociedade moçambicana SCI, da qual Guebuza era accionista.

Também em 2007, o presidente da Insitec, Celso Correia, disse que a entrada desta empresa no capital do BCI Fomento se realizou através de uma operação de financiamento da Insitec pela CGD (Caixa Geral de Depósitos). A Insitec também gere o porto de Nacala que o embaixador dos EUA em Maputo considera como "infame por permitir a entrada de droga vinda do Sudoeste Asiático". Recorde-se que em 2007 o presidente da CGD era Carlos Santos Ferreira actual presidente do Millenium BCP.

O requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda salienta:

“Tratando-se o BCI Fomento de uma instituição detida indirectamente pelo Estado português, facto a que se junta a forte presença de antigos governantes portugueses nos seus órgãos sociais (no conselho de administração, a ex-ministra da Justiça, Celeste Cardona; na presidência da Assembleia Geral, o ex-ministro da Presidência e da Defesa e ex-Comissário Europeu António Vitorino), é com preocupação que se toma contacto com as informações remetidas ao governo norte-americano pelo embaixador Chapman, que incluem o BCI Fomento num esquema de favorecimentos à margem da lei”.

O deputado Jorge Costa já tinha referido em declaração política na AR nesta terça feira que o caso relatado pelo embaixador dos EUA exige esclarecimento “acerca da actuação de um banco detido maioritariamente pelo Estado português através da Caixa Geral de Depósitos, o BCI Fomento, no quadro da compra por Moçambique da Hidroeléctrica de Cahora Bassa”.

Agora o Bloco pergunta ao governo: se tem informações “sobre procedimentos irregulares no processo de venda da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, nomeadamente envolvendo a CGD através do BCI Fomento”; se foi “consultado sobre a decisão da CGD de financiar a Insitec na sua entrada no capital do BCI Fomento” e, em caso afirmativo, que orientações deu à administração da CGD.

fonte: http://www.esquerda.net/artigo/qual-o-papel-da-cgd-no-esc%C3%A2ndalo-da-venda-da-hidroel%C3%A9ctrica-de-cahora-bassa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

WikiLeaks Moçambique Estado Guebuza e Chissano Envolvidos no Narcotráfico

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WikiLeaks revela que Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e antecessor Joaquim Chissano estão envolvidos com o narcotráfico.

O narcotráfico tem uma base segura em Moçambique, rota da cocaína que chega do Brasil, do haxixe do Paquistão e da heroína produzida no Afeganistão, afirmam diplomatas americanos em correspondência divulgada pelo site WikiLeaks e publicada nessa quarta-feira pelo jornal Le Monde.

Após Guiné Bissau, Moçambique se tornou "a segunda praça africana mais ativa no trânsito de narcóticos", disse em 2009 o encarregado de negócios da embaixada americana em Maputo. Moçambique "não é um completo narco-Estado corrupto, mas segue em uma direção inquietante", destaca o diplomata. Segundo o funcionário americano, a cocaína chega "por avião a Maputo procedente do Brasil", e o haxixe e a heroína vêm por via marítima de "Paquistão e Afeganistão".

As drogas alimentam o mercado sul-africano ou seguem para a Europa. O narcotráfico é baseado em duas grandes redes, lideradas pelos moçambicanos de origem asiática Mohamed Bachir Suleiman ("MBS") e Ghulam Rassul Moti, cujas atividades seriam impossíveis sem a cumplicidade do Estado.

"MBS tem laços diretos com o presidente Armando Guebuza e com o ex-presidente Joaquim Chissano", revela um telegrama diplomático de 28 de setembro de 2009 divulgado pelo WikiLeaks. "Suleiman contribuiu em grande parte para financiar a Frelimo (partido do governo) e ajudou significativamente nas campanhas eleitorais" de Guebuza e Chissano.

O diplomata americano explica que "a administração do porto de Nacala, célebre por permitir a passagem de droga procedente do sudeste asiático, foi entregue recentemente a Celso Correira, presidente executivo da Insitec, uma empresa de fachada de Guebuza".

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Joaquim chissano/wikileaks
Documentos sobre narcotráfico são "mentira grossa"
por lusa10 Dezembro 2010

O antigo Presidente de Moçambique negou qualquer envolvimento com narcotráfico e classificou os documentos divulgados pelo portal WikiLeaks como "mentira grossa".

"Gostaria de saber em que é que me ligam ao narcotráfico", disse Joaquim Chissano em declarações à Lusa, garantindo que é tudo mentira e que duvida que a embaixada dos Estados Unidos tenha alguma informação. "Diz-se que o Manuel Tomé (líder da bancada parlamentar da FRELIMO, partido no poder) recebia dinheiro e que era meu familiar. Nunca foi meu familiar. O que me parece que dão a entender é que estão a tentar meter o meu nome a todo o custo", afirmou o antigo chefe de Estado moçambicano.

Quanto à acusação de a FRELIMO receber dinheiro de empresários, como de Bachir Suleman, Chissano disse à Lusa que isso sempre foi prática normal de todos os partidos, que em campanhas faziam jantares com empresários, que prometiam determinadas somas.

Joaquim Chissano frisou que a única droga que conhece é a que se produz em Moçambique (cânhamo, conhecida por suruma), e que lhe foi proposta a sua legalização, por ser "suave", quando era Presidente, o que recusou. "Não conheço nomes de drogas, nunca vi, a erva é a única planta que conheço e que recusei que se legalizasse e que se fizesse negócio. Sou completamente contra drogas", frisou.

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Vieram da guerrilha, sem um tostão. E hoje são milionários. Donde proveio esta fortuna? Querem ver que estava enterrada no mato? Quem vai acreditar em Chissano/Guebuza? Nada vai acontecer, nem a estes corruptos nem às outras situações enunciadas pela WikiLeaks... O mundo está povoado de cobardes.

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O tráfico de drogas é o maior negócio em Moçambique
Numa investigação especial para o metical, Joseph Hanlon analisa a economia de Moçambique dos últimos anos para concluir que muito do seu crescimento é devido ao tráfico de drogas.
(Maputo) - O tráfico de drogas é o maior negócio em Moçambique. O valor das drogas ilegais que passam através de Moçambique representa provavelmente mais do que todo o comércio externo legal combinado, de acordo com peritos internacionais. O rendimento desta actividade, embora não declarado, deve ter hoje um enorme impacto na economia moçambicana. De facto, o dinheiro da droga deve ser um dos factores que pesa no crescimento recorde de Moçambique nos últimos anos.
Moçambique ainda não passa de um actor secundário no cenário internacional da droga. Mas porque se trata de um país muito pobre, estas relativamente pequenas quantidades de dinheiro devem produzir um grande impacto social e económico. Os especialistas estimam que por Moçambique, actualmente, passam por mês mais de uma tonelada de cocaína e heroína. O preço de retalho destas drogas é de cerca de 50 milhões de US$. Parte deste dinheiro, talvez 2,5 milhões de US$, ficam com traficantes dentro de Moçambique.
Este negócio só é possível com o acordo da polícia e funcionários muito importantes de Moçambique. O Guardian de Londres reportou recentemente que o antigo governador de uma província do México recebia 500 000 US$ por cada carregamento de cocaína passando pela sua província. Se o mesmo não se passa em Moçambique, é altura de os altos funcionários renegociarem com os traficantes a sua parte.
O comércio da droga tornou-se importante em Moçambique apenas nos finais dos anos 90 quando os grandes traficantes começaram a procurar rotas alternativas, menos acessíveis ao controlo das agências internacionais. Moçambique passou a ser mais atractivo com o fim da guerra quando se restabeleceram as comunicações através do país. A longa linha costeira, com muitas ilhas e sem marinha, facilita a movimentação de droga. Os baixos salários e o clima de corrupção tornam fácil corromper polícias e outros funcionários.
Os peritos internacionais afirmam que a polícia moçambicana é quase toda corrupta e o aeroporto é considerado "aberto" e acessível a idas e vindas dos portadores de droga. O resultado é que Moçambique é não só um país de trânsito mas também um centro de armazenagem. Como em qualquer negócio, os traficantes precisam de fazer "stocks". Em muitos países isto é arriscado por causa das rusgas a armazéns – mas não em Moçambique. O traficante pode manter a droga aqui armazenada enquanto aguarda encomendas.
Parece haver duas importantes rotas de droga. A heroína movimenta-se do Paquistão para o Dubai para a Tanzânia e para Moçambique, e depois para a Europa. A cocaína vai da Colômbia para o Brasil para Moçambique e segue para a Europa e Ásia de Leste.
Durante muito tempo Moçambique tem sido também grande centro de trânsito para a resina de cânhamo (Cannabis sativa), ou haxixe. As autoridades internacionais consideram-na uma droga leve e dão-lhe menos atenção. Mas ela acrescenta largos milhões de dólares aos lucros dos traficantes.
Quase toda a droga é transportada para fora da África Austral, mas o consumo na África do Sul está em crescimento e os traficantes a partir de Moçambique estão a estabelecer presença no país vizinho. Este comércio deve valer vários milhões de dólares por ano.
Há finalmente o Mandrax (metaquolona) que é consumido quase exclusivamente na África do Sul. Muito do mandrax transita por Moçambique, ou é feito aqui, mas os peritos em drogas dizem que o consumo está em declínio à medida que os consumidores passam para a cocaína.
Como se dispõe do dinheiro:
Os lucros de moçambicanos envolvidos no comércio da droga devem ser de milhões de dólares por ano. Parte deste dinheiro é depositado em bancos no estrangeiro e usado para investimentos no exterior – o que significa que bancos, casas de câmbio e casinos em Moçambique são provavelmente usados para lavagem de dinheiro.
Moçambique tem actualmente 10 bancos e cerca de trinta casas de câmbio, provavelmente mais do que o tamanho da economia legal justificaria. Vários destes bancos parecem ter pouca ligação com a economia interna e fazem os seus lucros à base de transacções cambiais de moeda estrangeira, particularmente proveniente da indústria da ajuda internacional. Não surpreenderia se também fizessem lavagem de dinheiro.
Mas fica em Moçambique uma parte significativa deste dinheiro. Onde?
Algum é usado para consumo – casas e carros de luxo, festas requintadas, etc.
Mas os traficantes tentam também converter uma quantidade substancial de dinheiro da droga em propriedades legais que podem render ou ser vendidas mais tarde, sem que se façam perguntas. Este dinheiro tem provavelmente contribuído para a explosão de novas construções em Maputo (e talvez Nampula ou Pemba). Aí não seriam apenas mansões, mas também novos prédios e hotéis.
O investimento no turismo é útil porque é sempre possível declarar mais hóspedes do que os reais, por exemplo num hotel, e com isto esconder lucros futuros provenientes da droga. Hotéis são também uma base segura para portadores de droga.
O turismo e a banca representam 18 por cento do investimento total dos anos 90, de acordo com um estudo de Carlos Nuno Castel-Branco. Não surpreenderia que uma parte importante dele fosse dinheiro da droga.
Uma área importante de investimento para dinheiro ilegítimo são acções e títulos – o comprador pode pagar em dinheiro com poucas explicações a dar. Mas ao revender títulos e acções, os rendimentos passam a ser honestos.
O presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Jussub Nurmamade, disse a 7 de Junho que o rápido crescimento da BVM era "único": "começámos com 3 milhões de US$ e ainda não passaram dois anos" – disse aos jornalistas. Hoje o valor das cinco companhias listadas na bolsa mais os títulos do tesouro e dos bancos somam 60 milhões de US$ e Nurmamade prevê chegar aos 100 milhões em Outubro. No ano passado o BIM passou a ser a primeira companhia privada a emitir os seus próprios títulos, que são agora negociados na BVM. A emissão de títulos foi para 80 biliões de Meticais (na altura mais de 5 milhões US$), vencendo em cinco anos.
Como pode uma economia tão pequena como a de Moçambique encontrar 100 milhões de US$ em tão curto espaço de tempo? O que torna Moçambique "único" deve ser o dinheiro da droga.
Assim, olhando para a rapidíssima expansão da banca e da bolsa de valores, o "boom" na construção, o crescimento do investimento no turismo e, finalmente, o aumento do consumo de bens de luxo, podemos provavelmente contabilizar uma porção significativa de dezenas de milhões de dólares anuais de lucros da droga.
(Joseph Hanlon) - METICAL