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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

RTP Presidenciais Coelho: 'Candidato-me Em Nome do Povo Contra Políticos Profissionais que Andam a Arranjar Tachos até para as Amantes'

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José Manuel Coelho na RTP1 «Não aspiro a ser Presidente da República, candidato-me em nome do povo contra os políticos profissionais que andam a arranjar tachos para a família, para os amigos, para os que têm cartão do partido e até para as amantes».

Diz que a sua candidatura é um grito de alerta para a realidade do país e acusa Alberto João Jardim de ser o «mestre da propaganda e da manipulação».


Veja abaixo o que escreveu Maria Teresa Oliveira do sol

Depois de ser “esquecido” nos debates manipulados pelos “grandes” Partidos, Coelho fura o crivo dos Media Partidarizados e foi convidado para ser entrevistado pela RTP - "Eu compreendo que a Senhora Doutora esteja embaraçada"

As críticas a Alberto João Jardim e aos políticos profissionais - «que andam a arranjar tachos para a família e até para as amantes» - marcaram a entrevista do 'subversivo' madeirense José Manuel Coelho. Mas a maior parte do tempo foi passado a prestar explicações sobre as razões da sua candidatura presidencial e sobre a sua pessoa.

Desta vez a entrevista começou ao contrário, com uma pergunta do candidato a Judite de Sousa. «Porque é que a RTP nacional marginalizou a minha candidatura quando marcou estes debates?». Apanhada de surpresa, a Directora Adjunta de Informação da RTP começou por responder que essa era uma questão para «o Conselho de Administração» da estação. Mas Coelho insistia e a jornalista replicava: «Não estou cá para dar explicações sobre coisa nenhuma de um assunto que me transcende». E nisto se passaram os primeiros cinco minutos.

Ultrapassada esta barreira, a conversa prosseguiu acabando por ter sido a mais longa de todas até ao momento. Primeiro passou pelo porquê da candidatura - «Para servir o meu país, enquanto a maioria dos políticos é para se servir a si próprio», justificou o deputado e também jornalista José Manuel Coelho. «E então o seu slogan é 'Coelho ao poleiro'?» questionou a entrevistadora. «É um slogan satírico» explicou o candidato, que diz ter «o lema de Jesus: servir e não ser servido».

E quando a entrevista voltou ao mesmo tema, continuou a explicar: «Lembra-se do General Giap, que fez a guerra da Indochina? Olhe, eu combato como o General Giap, faço guerra subversiva, de guerrilha, e guerra convencional. A sátira na Madeira é a subversiva, aqui é a convencional com a candidatura à presidência».

Mas estar no continente não o fez deixar de lado a subversão, como aconteceu quando justificou a  sua candidatura «em nome do povo contra os políticos profissionais que andam a arranjar tachos para a família, para os amigos, para os que têm cartão do partido e até para as amantes».

Na Madeira, a sátira é feita no Parlamento Regional, onde Coelho é deputado pelo PND e onde já protagonizou cenas - como a da bandeira nazi ou do relógio de parede ao peito - que tiveram eco nos jornais do continente. Mas muita da ironia subversiva contra o «jardinismo» passa pelo jornal O Garajau, onde começou como ardina, agora dirige e é uma das maiores dores de cabeça políticas do líder do Governo Regional da Madeira.

Alás, como seria de esperar, o «tiranete Alberto João Jardim e os corruptos todos que andam à volta dele» foi ponto forte da conversa. «Tem um ódio de estimação contra Jardim?» perguntou várias vezes Judite de Sousa. «Não tenho aversão à pessoa, combato as ideias» alegava o candidato.
Antigo militante do PCP, José Manuel Coelho afastou-se do partido porque é «um comunista que evoluiu, não cristalizou». Saiu porque considera que o «projecto comunista falhou», o que não o impede de afirmar que continua a «ser um socialista, mas não de uma forma estalinista». E é «sério» passar do PCP para um partido de direita?

«O PND na Madeira não é de direita» assegurou o deputado regional, explicando que é diferente do partido no Continente. Estava vazio, «uma colmeia sem abelhas e nós fomos as abelhas» esclareceu. Diz Coelho que o PND não passou de uma «barriga de aluguer» para o projecto e com a condição, garante, «de não haver ali coisas de direita».

A actualidade acabou por chegar com o caso BPN, em que «Cavaco sai chamuscado e tem um aliado no engenheiro Sócrates, que já gastou 5 mil milhões de euros enquanto vai às crianças e corta o abono, congela os salários dos funcionários públicos e baixa os apoios sociais dos idosos».

A próxima e última entrevista aos candidatos presidenciais será a Aníbal Cavaco Silva. Inicialmente estava prevista para hoje, mas terá lugar na próxima segunda-feira.
teresa.oliveira@sol.pt

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